segunda-feira, fevereiro 26, 2018

Doxa: Helder patina em torno de 30% desde julho de 2017

Com 33,4% das intenções de voto, Helder Barbalho estaciona em uma margem preocupante para sua eleição como governador do Estado do Pará.

No blog do João Carlos

A pesquisa realizada pela Doxa para medir a intenção de voto dos paraenses, no que se refere à eleição para o governo do Estado, mostra que o pré-candidato do MDB, ministro Helder Barbalho, parece ter mesmo estagnado em torno dos 30%. Desde julho do ano passado, o emedebista não consegue descolar desse número, em todas as medições realizadas pelo instituto.  

Na série de pesquisas realizadas pela Doxa do início do ano passado até agora, Helder Barbalho começou com 21,7% em maio de 2017. Em julho, saltou para 30%, subindo mais de oito pontos em apenas dois meses. Na medição de novembro passado, o pré-candidato do MDB obteve quase o mesmo índice de quatro meses antes e ficou com 30,1% das intenções de votos. Agora, no levantamento divulgado no último sábado (24), alcançou 33,4%.

Na mesma série histórica, o presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Márcio Miranda (DEM), começou em maio de 2017 com 2,1%. Na pesquisa de julho, obteve 4,9% das intenções de voto dos entrevistados. Em novembro, logo depois de ter seu nome anunciado como pré-candidato da situação, Miranda cresceu mais de sete pontos, ficando com 12,2%. Agora, na pesquisa de fevereiro de 2018, também aparece estável, com 13,8%.  

O senador Paulo Rocha, por sua vez, aparecia com 5,9% na primeira pesquisa. Em julho, caiu para 4,9%, dentro da margem de erro, portanto. Em novembro manteve os 4,9%. Agora, Rocha tem 7,8% das declarações de votos dos dois mil entrevistados pela Doxa neste mês de fevereiro.



Para o pré-candidato do MDB, os números podem não ser tão animadores como parecem à primeira vista. O fato de ser o único nome claramente colocado como postulante à cadeira principal do Palácio dos Despachos até novembro passado – sem falar na enorme visibilidade que tem à frente do Ministério da Integração – deveria ter lhe dado fôlego maior, na visão de alguns experientes analistas políticos. Estar patinando em torno dos 30% há sete meses, mesmo com a enorme exposição nas redes sociais e na Imprensa durante todo esse tempo, já é motivo mais do que suficiente para acender a luz de alerta entre os estrategistas do MDB.  

Pesquisa aponta outros problemas para Helder 

Para aumentar o nível de preocupação, a pesquisa Doxa traz outro dado alarmante para Helder Barbalho e sua assessoria. É que 64,2% dos eleitores afirmam que não votam de jeito nenhum em candidato citado na operação Lava Jato. Como é do conhecimento público, o ministro foi citado, há não muito tempo, por delatores da empreiteira Odebrecht. Segundo o que foi publicado à época, Helder foi acusado de receber recursos de caixa dois da empresa para sua campanha ao governo do Pará, em 2014. Ele nega ter recebido o dinheiro e diz que todas as doações foram contabilizadas na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral.  

Pesquisa aponta alta rejeição a citados na Operação Lava Jato (Fonte: Doxa Pesquisa)

Na semana passada, quem apareceu na delação de dois operadores de propina no esquema da Petrobrás foi o pai de Helder, o senador e ex-governador Jader Barbalho. Segundo os delatores, em depoimentos enviados para homologação do STF pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Jader, o também senador Renan Calheiros (AL) e o deputado federal Aníbal Gomes (CE), todos do MDB, teriam recebido dinheiro ilícito para dar sustentação política a diretores corruptos da companhia. Todos, claro, negam participação em qualquer irregularidade, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pede a devolução de R$ 10 milhões aos cofres públicos.  

Dois mil eleitores foram entrevistados pela Doxa, em todas as regiões do Estado, no período de 15 a 21 de fevereiro deste ano. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.  

A pesquisa foi registrada no TRE-PA sob o número de protocolo PA-02222/2018. O estatístico responsável pelo levantamento é Luiz Carlos Ferreira Feitosa (CONRE 9477).

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