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quinta-feira, janeiro 21, 2021

Pazuello nomeia ‘Markinhos Show’ como assessor, marqueteiro que se define master coach e hipnólogo

Marqueteiro paraense é exposto pelo jornal Estadão, após por ter sido nomeado como assessor especial do Ministério da Saúde. Markinho é apontado como responsável pelas últimas estratégias da pasta mais combatida e criticada no governo Bolsonaro, nos últimos meses.


Via Estadão - Conteúdo para assinantes

BRASÍLIA – O ministro da SaúdeEduardo Pazuello, formalizou nesta quarta-feira, 20, a entrada de Marcos Eraldo Arnoud na pasta. Conhecido como “Markinhos Show”, ele foi nomeado assessor especial, mas já atuava desde dezembro como marqueteiro do general da ativa e chefe da comunicação do ministério.

A nomeação ocorre no momento em que Pazuello é criticado por dar informações equivocadas e contraditórias, além de manter uma relação conflituosa com a imprensa. Nesta semana, por exemplo, após meses de defesa e entrega em massa pelo governo federal de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina, o ministro disse que nunca estimulou o uso destes tratamentos.

Em seu site, “venda para o cérebro”, Markinhos se define como “Palestrante Motivacional, Master Coach, Análista em Neuromarketing, Especialista em Marketing, SEO, Hipnólogo, Mentalista, Practitioner em PNL, Músico, Empreendedor e Especialista em Marketing Político.”

Markinhos participou de algumas das decisões recentes da Saúde que acabaram frustradas. Por exemplo, adesivar o avião que iria para a Índia buscar dois milhões de doses prontas de vacina de Oxford/AstraZeneca com slogan da campanha de vacinação brasileira. Por falta de aval da Índia, que desejava uma operação discreta para evitar críticas internas, a aeronave ainda não tem data para decolar.

Também era do novo assessor especial a ideia de realizar um evento no Palácio do Planalto, no dia 19, para abrir a campanha de imunização no País. Um idoso e um profissional de saúde poderiam ser vacinados dentro do Planalto, como revelou o Estadão, mas a operação foi cancelada quando o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), passou na frente e fez a primeira foto da vacina minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar o uso emergencial da Coronavac.

Nas redes sociais, Markinhos tem feito a defesa do chefe e respondido às críticas sobre a atuação de Pazuello. Em plena crise pela falta de oxigênio em Manaus (AM), que coloca em risco pacientes da covid-19 e até bebês prematuros, o marqueteiro lançou dúvidas sobre como o governo local usou o dinheiro enviado pela gestão federal.

terça-feira, abril 23, 2019

Concurso não resolve os problemas dos policiais, que esperam por aumento e moradia prometido

Governador Helder Barbalho vem enrolando para não pagar e nem garantir a moradia prometida em campanha.
Foto: Agência Pará.

Por Diógenes Brandão

Passados 122 dias desde que assumiu o poder, o governador Helder Barbalho continua sendo o grande marqueteiro de sua própria gestão. Sem cumprir a promessa de que faria o pagamento do piso salarial nacional da educação, logo que tomasse posse, o SINTEPP entrou em Estado de Greve e promete paralisar as escolas, se as secretarias de Administração e de Planejamento do governo continuarem enrolando a categoria.

Cabos, policiais e oficiais da PM, bombeiros e policiais civis também estão 'porraqui', com as desculpas apresentadas pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior. Usado como escudo e porta-voz do governador é ele quem vem escutando as críticas pela falta do cumprimento da promessa feita durante a campanha eleitoral, de que a tropa teria o aumento de seu soldo.

Para tentar acalmar os ânimos, o governo anunciou nesta segunda-feira (22), que pretende realizar um concurso público para contratar sete mil novos policiais militares, ofertando vagas para oficiais e praças da PM. Programado para o segundo semestre, o anúncio do concurso não agradou quem já é policial e espera pela promessa de ter moradia em um conjunto habitacional seguro para viver e pelo aumento de seu salário, considerado um dos piores do país.

Sabendo que 58% do Orçamento do Estado já estão comprometidos com pagamento da folha de pessoal e que o limite constitucional da  Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é de 60%, como é que o governador vai absorver mais 7 mil policiais, se anda mandando dizer que não paga o aumento do soldo para os policiais, para não ultrapassar os limites impostos pela lei?

O blog AS FALAS DA PÓLIS realiza um estudo, com cálculos sobre os dados oficiais e as promessas de campanha, para verificar o impacto desse concurso anunciado pelo governador, juntando com a promessa de aumento do soldo dos policiais e o pagamento do piso dos professores, para verificar se, o que tem sido dito não passa de uma grande potoca para dar tempo e continuar empurrando com a barriga, as reivindicações daqueles que há décadas esperam por respeito e dignidade aos que exercem seu dever no serviço público do Estado do Pará.

sexta-feira, outubro 05, 2018

O que pode e o que não pode ser feito na reta final da campanha nas redes sociais

Por Diógenes Brandão

Entre as diversas dúvidas existentes entre os profissionais e equipes de marketing digital dos partidos e candidatos destas eleições, o período legal para o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais, sobretudo no Facebook, é uma das principais.

Por isso, o blog AS FALAS DA PÓLIS em parceira com o COMITÊ DIGITAL PARÁ - empresa especializada em comunicação digital e gestão de redes sociais e campanhas eleitorais na internet - traz o vídeo especial do professor de marketing digital, Marcelo Vitorino.




sábado, junho 23, 2018

Video aula: Como usar a internet nas eleições?



Por Marcelo Vitorino*, via Internet Marketing Eleitoral

Vamos falar sobre uso da internet em campanha eleitoral. Para começar vale fazer a pergunta: “usamos a internet para quê?”.  

A gente não faz campanha na internet. Não existe isso de “fazer campanha na internet”.  

“Nós fazemos campanha” e “nós usamos a internet”. São duas coisas que a gente junta, mas não campanha na internet.  

Se vocês prestarem muita atenção nesse foco, isso vai fazer com que vocês usem a internet direito.  

Nós não queremos like!  

Tenho uma notícia triste para vocês, adoradores das redes sociais: like não vota!  

“Ah mas meu candidato tem muito fã!”  

Sinto muito, isso não quer dizer absolutamente nada! 

E eu vou explicar o por quê.  

Usando a internet nas eleições para compreender o que os eleitores pensam 

1) Anúncios segmentados no Facebook 

Então, primeira coisa que a gente vai fazer é usar a internet para compreender o que os eleitores estão pensando. O que a gente usa para isso? Utilizamos ferramentas de monitoramento, como formulários on-line, por exemplo. O que mais a gente pode fazer para identificar o que eles estão pensando? Investir em anúncios também é um ótimo caminho. Como assim?  

Se você faz anúncios no Facebook, por exemplo, e controla a quantidade de compartilhamento, de click, baseado no alcance, você sabe se aquele tema é favorável ou desfavorável para um grupo determinado. Por exemplo, você monta um grupo de segmentação só de funcionários públicos. Divulga dez materiais e faz anúncio dos dez, sempre com o mesmo público.  

Logo, aquele que dá mais engajamento é aquele que você  pode afirmar que  tem mais afinidade com o que seu candidato ou projeto de partido.  

Mas é importante lembrar que essa ação deve ser realizada antes da campanha eleitoral começar.  

2) Ferramentas do Google 

O Google também é um bom caminho para entender como os eleitores pensam. Quando você digita algo no Google ele já começa a dar o auto-complete.   

Simulação do autocomplete do Google 

Simulação do autocomplete do Google

Usando a internet nas eleições para monitoramento 

Quais são os resultados esperados quando identificamos o que os eleitores estão pensando?  

Podemos mapear “sentimentos” por exemplo. Podemos monitorar o sentimento em relação a um tema, a evolução de um problema.  

O que é evolução no problema? Como é que eu sei que algo vai dar uma crise? Como é que eu sei que algo vai parar no Jornal Nacional?  

Para saber a respostas dessas questões, é necessário ter um parâmetro e isso só é possível pelo monitoramento. Só o monitoramento vai nos dar informações para a tomada de decisão.  

É preciso ficar de olho na popularidade daquele tema. No interesse da população por temas e se os grupos são de afinidade com o candidato.  

Esse é um ponto importante: a internet possibilita  a construção de  diálogo com eleitores de forma segmentada.  

Usando a internet nas eleições para a comunicação segmentada 

Finalmente nas eleições deste ano poderemos usar o que a internet tem de melhor: a comunicação segmentada.  

Além disso,  nós podemos fazer anúncio em época de campanha. Então, por meio de anúncios a gente pode falar de forma segmentada por e-mail, por exemplo.  

Aqui também vale uma ressalva aos que acreditam que o e-mail morreu: as taxas médias de abertura de e-mail vão de 5 a 15%, muito mais do que o Facebook lhe dá organicamente.  

E-mail vale a pena.  

WhatsApp 

O WhatsApp será a grande vedete da campanha desse ano. Se alguém souber usar ele direito a coisa vai fluir bem. E qual deveria ser o objetivo de utilizar WhatsApp durante a campanha eleitoral?

Principalmente, engajamento e a afinidade por meio da comunicação junto aos eleitores.  

Como que você estabelece comunicação? Planejamento e trabalhando bem a gestão de resposta.  

Gestão de respostas 

Quem está no dia a dia da campanha sabe que numa campanha majoritária, por exemplo, é impossível fazer gestão de todas as respostas.  

Alguns posts chegam a ter dez mil comentários. É aqui que o uso de robôs entram, com chat bots bem planejados e programados.  

Outro uso, fornecer informações importantes quando os eleitores buscam.  

O que mais? O prof. Marcelo Vitorino, especialista em marketing político eleitoral, disponibilizou uma aula aberta para tratar sobre o tema “Usos da internet em campanhas”.  

O seu curso Planejamento de Campanha Eleitoral 2018, aprofunda o tema de maneira contextualizada no calendário eleitoral e legislação brasileira.



*Marcelo Vitorino é professor e consultor de Marketing Digital e Gestão de Crise.

segunda-feira, janeiro 08, 2018

2018: O ano eleitoral inicia sem ninguém ter certeza de nada



Por Diógenes Brandão

Já é de algum tempo que analistas, jornalistas e blogueiros da área política, preveem que 2018 será um ano de suma importância para mudanças políticas no Brasil. Alguns arautos chegaram a dizer que antes do raiar de 2019, a corrupção será aniquilada nas urnas, que nenhum candidato ficha-suja será reeleito e que a Lava Jato enterrará partidos que tiveram seus dirigentes condenados pela justiça do Paraná, ou pelo STF. 

Nada disso ainda aconteceu e pelo andar da carruagem, pouco mudará. 

Você pode achar que estou sendo pessimista, mas a impressão que tenho é de estar sendo realista diante dos fatos e acontecimentos que vivenciamos no país. 

A classe política pode até se matar para chegar e permanecer no poder, mas é igualmente corporativista o bastante para não suicidar-se coletivamente, implementando leis e medidas que permitam que as raposas mantenham o controle do galinheiro. 

Por isso, mesmo sob protestos e uma grande sensação de rejeição perante a opinião pública, os políticos tradicionais seguem no controle de tudo, mandando e desmandando nos três poderes da República, e, as "novas" regras eleitorais, praticamente não mudaram em relação ao que foi implantado em 2016. 

O financiamento empresarial, por exemplo, desde então está proibido, mas quem acreditou que as empresas deixaram de patrocinar prefeitos e vereadores que disputaram as eleições passadas, só pode sofrer de algum surto de ingenuidade.

QUEM SÃO OS PLAYERS?

No Brasil, Lula segue na dianteira de todas as pesquisas e o mais incrível, depois de todo o massacre que sofre pelo bombardeio da grande mídia e nas mídias sociais: É também o menos rejeitado entre os seus principais adversários. 

O PSDB luta internamente para garantir que o governador Geraldo Alckimin, seja o candidato tucano, mas até FHC - Presidente de Honra do partido, já amaldiçoou o colega. O DEM bate na mesa e diz que chegou a sua vez de ter o apoio do PSDB e apresenta pela primeira vez um tom de que realmente vai lançar um candidato ao planalto.

No Pará, o ministro Helder Barbalho (PSDB) canaliza todos os seus esforços e recursos para ultrapassar a margem dos 30% nas pesquisas, mas não passa disso, mesmo tendo aval do presidente Michel Temer para participar de inaugurações de obras, entrega de equipamentos e cheques de plástico em diversos municípios do Estado. 

Uma dedicação que nem sempre se concretiza, afinal são inúmeros prefeitos que reclamam nos bastidores de estarem com notas empenhadas, mas não terem visto até agora a cor do dinheiro comprometido.

O PSDB agoniza internamente e tenta esconder que esteja vivendo sua realidade mais pura e cruel: Quem manda no partido é quem está com a caneta e as mãos do governador Simão Jatene já assinaram a carta sucessória do poder para o deputado estadual e presidente da ALEPA, Márcio Miranda (DEM). 

Assessores do prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro (PSDB), ainda tentam forçar a barra e jogar suas últimas cartas para o tabuleiro da convenção estadual dos tucanos, mas os principais dirigentes do partido já sabem, inclusive o próprio Pioneiro, de que o melhor caminho é seguir o que o "chefe" orientou.

Márcio Miranda, por sua vez, reúne-se com empresários, prefeitos, vereadores, dirigentes partidários, mas falta-lhe visibilidade e carisma perante a população e a sociedade civil. Reconhecido perante seus pares e pela elite política paraense, como um hábil negociador e generoso homem público, Márcio ainda não conseguiu demover o interesse do principal prefeito do DEM, o seu partido, em apoiar Helder Barbalho. O povo de Santarém sabe muito bem disso.

O vice-governador Zequinha Marinho (PSC) continua sua saga em posicionar-se como sucessor natural do governador Simão Jatene, nem que seja pelos 06 meses que este deve se licenciar para poder concorrer a algum cargo. Entre uma vaga como conselheiro vitalício no TCM, no senado, ou na Câmara de Deputados, Zequinha diz que espera a saída de Jatene para concorrer ao cargo de governador, sentado na cadeira de Jatene, o que faz o governador a ter que dizer que se manterá no cargo até o dia 31.12.2018, quando termina de fato o seu mandato.

Jatene responde a processos que podem lhe cassar os direitos políticos e deixá-lo vulnerável e por isso, até mesmo ser preso por alguns dias, mas não quer perder o poder de influência que exerce, mesmo tendo declarado apoio a outro candidato de fora do seu partido, ao ter que se licenciar e passar a caneta a Zequinha Marinho, que já avisou que trocará toda a equipe e iniciará um novo governo, tão logo assuma o comando do Estado.

Na esquerda, o nome de Úrsula Vidal ganha destaque nas redes sociais e nas pesquisas realizadas na Região Metropolitana, mas a candidata da REDE tem dificuldades para se locomover e ampliar sua base eleitoral para outras regiões do Estado. Pelo PT, o senador Paulo Rocha foi lançado pré-candidato ao governo do Pará e o deputado federal Zé Geraldo ao senado, mas ambos aguardam o julgamento do recurso de Lula, marcado para o próximo dia 24, pois se ele não for candidato, dificilmente os petistas terão alguma chance de realmente emplacarem uma chapa competitiva.

Há no entanto, desejos até outrora inconfessáveis que começam a se revelar por parte de partidos que sempre orbitaram entre os governos e candidaturas do PMDB e do PSDB, em barganhar as duas vagas, das três que o Pará tem no senado. Nomes como Lúcio Vale (PR), Sidney Rosa (PSC) e de Adnan Demarchi (PSDB), se posicionam bem em diversas regiões do Estado, dialogando principalmente com o setor produtivo de alta escala (fazendeiros, madeireiros, agropecuários, industriais e comerciantes de grande porte). A FIEPA nunca esteve tão dividida, me confessou um atento observador da instituição.

O problema desta equação para a ocupação das duas vagas do senado é justamente a presença dos dois senadores que já se encontram sentados nas suas cadeiras e que não dão sinais de querer abrir mão delas para os pretensos sucessores. Tanto Flexa Ribeiro (PSDB), quanto Jader Barbalho (PMDB), nunca disseram que abrem mão de disputar a reeleição, muito embora haja especulações de que Jader esteja mais preocupado com a eleição do filho ao governo, mas assim como Simão Jatene, sabe que não pode ficar sem cargo político e perder a imunidade parlamentar, arriscando também ser preso novamente.

É possível que os demais pré-candidatos possam reclamar de não terem sido citados, mas o blog tem visualizado pesquisas e conversado com diversas lideranças, dos mais diversos partidos, assim como de entidades classistas e ouvido posicionamento de pessoas influentes no meio rural e empresarial, que refutam qualquer ilusão em relação à grandes novidades neste cenário eleitoral, ainda muito incerto e duvidoso, onde quem hoje se apresenta com pretensões ao governo ou ao senado, pode vir a se contentar com uma vaga na ALEPA, ou no máximo na Câmara dos Deputados, apesar de não admitirem.

Para todos os players, a campanha eleitoral já começou, mas ela se mantém nos bastidores, reservada a diálogos com prefeitos, lideranças política, empresarias, equipes de marketing e demais profissionais que começam a ser convocados para realizar pesquisas, análises e projeções estratégicas. É verdade que nem todos possuem condições de visitar os municípios ou montar equipes de trabalho, tal como citado acima, mas quem pensa realmente em se eleger, principalmente aos cargos majoritários, precisa atuar com o profissionalismo que o momento exige, mas que mesmo assim não lhes garante nada.

Em suma, a vitória é sempre uma soma de esforços, pessoas e recursos materiais e subjetivos, com a confiança e o poder de agregar corações e mentes.

A única coisa certa é que assim como essa, outras análises estão sendo formuladas, todas com o intuito de criar uma narrativa aos interesses de grupos e candidaturas, ou simplesmente externar uma avaliação a partir do prisma que cada um tem, como é o caso deste blog, que completou 11 anos em Dezembro passado, talvez com mais acertos do que erros, mas não menos humilde em reconhecer que ainda há muito jogo a ser jogado e quem decide de fato as coisas são os eleitores. 

Espero que dessa vez eles acertem!

sábado, fevereiro 25, 2017

DOXA em O Liberal: Disputa de 2018 começou, mas ainda está indefinida

Dornélio Silva, da DOXA, tem tido seguidos acertos. Foto: Arquivo do blog.

Em O Liberal

Eleições

Dornélio Silva, da DOXA, fala dos fatores que poderão influenciar no voto

Cientista Político da DOXA Pesquisas, com mais de 25 anos de experiência e nome consolidado no mercado, Dornélio Silva afirmou em entrevista a O Liberal, que as eleições de 2018 já começaram e diferente do que se comenta nos bastidores, não há ninguém com vitória garantida. Instituto de pesquisa que mais se aproximou do resultado das últimas eleições do Pará (2014 e 2016), a empresa tem sido convidada para traçar Planejamentos Estratégicos e para isso foi criada a DOXA Inteligência, setor que reúne uma equipe de profissionais especialistas em processos de organização e marketing eleitoral, inclusive o webmarketing, ou marketing de relacionamento. Ao comentar o recente encontro entre Zenaldo e Helder, Dornélio alerta que o eleitor pode não receber muito bem a aliança que foi ventilada após o inusitado encontro entre adversários que travam disputas viscerais.

  • Segundo pesquisas da DOXA, o candidato a prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), dois meses antes das eleições tinha a maior taxa de rejeição e tinha em média apenas 6% da preferência do eleitorado da capital paraense, mas acabou eleito no segundo turno. Como você avalia esse fenômeno?

Havia três competidores fortes, Zenaldo, Edmilson e Eder Mauro. Eder Mauro vinha liderando as pesquisas de intenção de voto, pois em 2014 foi eleito como o deputado federal mais votado do Pará, com 265.983 votos.

Em estudos feitos pela DOXA, descobrimos que mais de 40% dos votos de Eder Mauro vinham de Zenaldo, que a dois meses das eleições apresentava baixa intenção de voto e carregava alta rejeição. Eder Mauro disputava o mesmo eleitorado de Zenaldo. Eder isolou-se, perdendo força e confiança. Ao iniciar a campanha eleitoral gratuita no rádio e na TV, estes votos de Eder começaram a migrar de volta para Zenaldo.

Então, diria que o fator Eder Mauro e uma comunicação bem feita foram os principais ingredientes que levaram Zenaldo à vitória. Mas, devemos lembrar que Edmilson Rodrigues teve um mal desempenho nos debates e diversos erros na sua estratégia de marketing eleitoral.

Sem entrar em muito detalhe, posso lembrar rapidamente do “salário razoável”, em contraste com o voto de pobreza que o candidato do PSOL tanto exaltava.

  • Pelas mídias sociais, muito se comentou sobre o apoio do PMDB e do PT ao candidato do PSOL. Até que ponto você avalia o impacto dessas notícias virais, na tomada de decisão do eleitor?

O PSOL no segundo turno, quis, digamos, esconder o apoio do Jader Barbalho e do seu partido. Edmilson chegou a dizer que tinha o apoio do professor Maneschy, mas não do PMDB. Tal comportamento era explicado pela noção que o PSOL reconhecia a forte rejeição do PMDB e de seus líderes na região metropolitana de Belém. Além disso, a propaganda tucana reforçou a lembrança de que Maneschy era o candidato do Jader Barbalho. 

Edmilson, por sua vez, aceitou a entrada de Maneschy no segundo turno achando que este não estava maculado ao PMDB. Ledo engano! Maneschy foi percebido como o velho vestido de novo. Resultado: a rejeição da família  Barbalho caiu no colo de Edmilson. 

  • Em 2014, a DOXA foi a única empresa que apontou para a vitória de Simão Jatene e acertou. Em 2016, novamente acertou no diagnóstico da vitória de Zenaldo Coutinho. Essas duas “lacradas”, incomodaram certos setores da política e da comunicação do estado?

Atuamos com pesquisas eleitorais e de mercado há mais de 25 anos, sendo pioneiros neste segmento empresarial. Não quero menosprezar meus concorrentes, mas junto com minha equipe prezamos pela cientificidade, pela seriedade e responsabilidade com os estudos que desenvolvemos. Atentando-se sempre a veracidade dos dados que a população aponta em nossas pesquisas de campo, mesmo que o resultado destas checagens sejam amargos e contrariem interesses deste ou daquele grupo, nós não abrimos mão de retratar a realidade.

É a partir do diagnóstico que extraímos das nossas pesquisas e apresentamos para a sociedade, que ao meu ver, os grupos políticos e empresarias deveriam corrigir rumos, aperfeiçoar estratégias e metodologias de trabalho, ao invés de reclamarem dos resultados obtidos nas ruas, quando estes lhes são desfavoráveis. 

Percebendo a carência de uma empresa que ajude os nossos clientes para além da pesquisa, criamos a DOXA Inteligência, a qual atua na consultoria a partidos e candidatos interessados em unir informações, ao planejamento estratégico e o marketing político.

  • Qual o cenário que já se vislumbra para 2018?

Diferente de outras eleições, considero que a disputa para o pleito de 2018 já começou com dois anos de antecedência. Com o 2º mandato do governador Simão Jatene (PSDB), a disputa interna em seu partido e na sua base aliada cresce e tende a promover uma série de rupturas e reordenamento de interesses entre lideranças tucanas e aliados.

Helder Barbalho é sem dúvida o candidato natural do PMDB, para a disputa que hoje segue polarizada com o PSDB, mas que pode ter um ou dois outros fortes competidores. 

O deputado estadual Márcio Miranda (DEM) teve seu nome fortalecido com a terceira eleição consecutiva como presidente da ALEPA e não pode ser subestimado, já que seu partido saiu destas eleições de 2016, como a 3ª maior força política do Pará, quando elegeu 15 prefeitos e 111 vereadores.

Manoel Pioneiro (PSDB) vem tendo seu nome ventilado por blogs e nas redes socais, mas percebo até então que ele não esteja consolidado como candidato natural à sucessão de Simão Jatene, afinal há outros tucanos interessados pela vaga que o governador deixará e terá papel fundamental na escolha do candidato do seu partido. 

Até outro dia, um dos maiores e mais poderosos partidos do estado e do país, o PT cogita lançar o senador Paulo Rocha para a disputa da vaga ao governo, mas a situação de sua legenda não é nada favorável e sua tímida liderança torna sua pré-candidatura pouco promissora.

Entre a atual base de sustenção do governador, ouve-se pelos bastidores de que o vice-governador Zequinha Marinho (PSC), estaria sendo apresentado por seus correligionários para a vaga de Jatene, assim como Sidney Rosa (PSB) teria sido indicado pela executiva nacional do seu partido para ser candidato ao governo. Ambos são nomes que podem surpreender, caso caminhem com passos ousados e estratégicos.

Há também rumores de que o atual secretário de Jatene, Adnan Demachki, estaria sendo preparado para a sucessão do governador. No entanto, até aqui tirando Helder Barbalho, podemos afirmar que os demais ainda configuram-se como especulações, o que faz parte do jogo político e de interesses partidários, regionais e econômicos. 

Uma das coisas que devem ser consideradas neste processo é o fato de que teremos mais duas outras vagas para o senado, o que também torna muitos dos pré-candidatos ao governo, também interessados por uma dessas vagas.

Prova disso foi o encontro recente entre o prefeito Zenaldo Coutinho e o ministro Helder Barbalho, o que acabou trazendo especulações de uma possível aliança para as eleições de 2018. Caso isso aconteça, infiro que uma terceira via pode ser muito bem recebida por grande parte dos eleitores que estranharão a unidade entre partidos que até aqui travam uma guerra de acusações e nutrem um antagonismo visceral nos processos eleitorais que disputaram nas últimas décadas.


quarta-feira, janeiro 18, 2017

A importância do diagnóstico situacional no planejamento da comunicação para as prefeituras

"Quem não se comunica, se trumbica!". Palavras eternizadas pelo grande comunicador, Chacrinha, ainda hoje servem para gestões públicas e empresas.

Por Diógenes Brandão

Recentemente fui convidado a elaborar dois Planos de Comunicação e Marketing para duas prefeituras de municípios paraenses, sendo uma da região do Marajó e outra da região da Transamazônica. Com particularidades e diferenças gritantes, as duas gestões também vivem realidades políticas e eleitorais distintas, sendo que na primeira o prefeito foi reeleito e na outra o prefeito está assumindo pela primeira vez um cargo público. 

Na primeira observação feita aos dois prefeitos, expliquei a necessidade de realizarmos um Diagnóstico Situacional, o que foi logo compreendido e partimos então para o seu detalhamento, onde justifiquei que precisávamos prioritariamente entender o que os servidores públicos, fornecedores e a população esperam do reinício da gestão. Sim, reinicio, pois mesmo no caso de um prefeito reeleito, um novo mandato é, e deveria ser compreendido sempre, como um novo governo. 

O que é o Diagnóstico Situacional?

No Diagnóstico Situacional Interno avaliamos o que pensam os fornecedores e funcionários dos diversos órgãos da prefeitura, em relação ao novo governo. No externo,  colhemos informações do que pensa e qual a expectativa da população em relação à nova gestão. 

Tanto no interno, quanto no externo, o diagnóstico é encontrado através do cruzamento e da análise dos dados coletados através de questionários, onde buscamos traçar o perfil dos fornecedores e servidores do município, bem como seu pensamento sobre as demandas da população. 

Com a população, aplica-se também um questionário com uma amostra representativa do universo populacional do município, onde aferem-se as principais demandas, isto é, o que é prioritário para a cidade. Além disso, medidos o tamanho da expectativa da população em relação ao novo prefeito e sua administração: Se vai ser uma administração boa/excelente, regular, ruim/péssima. Nesse diagnóstico trabalhamos outras variáveis que indicam os rumos para o prefeito produzir um excelente planejamento de gestão.

No caso do prefeito reeleito, a situação fiscal e econômica do município já é do conhecimento do gestor e sua equipe, mas nem sempre é bem comunicada para os servidores e a população. Por mais que haja continuidade política, nem sempre os mandatários se percebem da quantidade de insatisfeitos com o seu governo. 

Quem não se comunica, se trumbica!

Hoje, o noticiário da imprensa registra municípios que não pagaram o 13º salário dos servidores municipais, com prefeitos que não fizeram a devida transição administrativa e uma série de denúncias pipocam sem o devido trato por parte de quem saiu e de quem está chegando ao poder.

Uma das coisas que habita o mundo da incerteza dos novos gestores é o que fazer com a falta de informações da gestão anterior. Inúmeras matérias jornalísticas revelam o sumiço de documentos e uma série de informações antes contidas em arquivos e computadores das prefeituras. Muitos outros somem com objetos, peças de veículos e outros bens que fazem parte do inventário patrimonial dos municípios. Isso geralmente não é divulgado pelos gestores, que muitas vezes preferem abrir processos administrativos e no máximo, auditorias internas e raramente as submetem ao Ministério Público para as devidas apurações.

Estes danos ao erário geram uma descontinuidade em programas e projetos que utilizaram recursos públicos para serem iniciados e o recomeço do zero, traz prejuízos que são vistos como naturais. Os novos gestores devem primar pelo que recebem, mas deveriam também registrar em que estado estes bens públicos e a situação fiscal, econômica e patrimonial estão, no ato de recebimento das chaves da prefeitura pelo seu antecessor.

Em relação aos que deixam o cargo para seus sucessores, além de aderirem ao processo de transição democrática e republicana, abrindo arquivos com a devida transparência e mostrando a real situação do município, estes prefeitos e suas equipes de governo deveriam também registrar e criar cópias de todos os processos de sua gestão, criando um site ou blog para difusão do que foi feito, já que podem ser injustamente acusados de não terem feito nada, ou até mesmo de terem feito algo errado, ilegal ou imoralmente falando.

Lembro que foi isso que fez a ex-governadora Ana Júlia em 2011, tão logo deixou o governo do estado do Pará.

Bombardeada por uma máquina institucional bancada com dinheiro público, o jornalista Ney Messias foi nomeado secretário de comunicação do governo de Simão Jatene. Recém eleito à época, o governador manteve-se no palanque eleitoral, mesmo depois de sua vitória e deflagrou uma campanha de "queimação" do nome de sua antecessora, numa clara medida de sangrá-la politicamente e diminuir sua popularidade, já que ela obteve 44,26% dos votos válidos, na disputa em que foi com Jatene para o segundo turno.

O plano era claro: Era preciso desidratar Ana Júlia perante a opinião pública e ao mesmo tempo jogar para suas costas a inoperância dos primeiros meses do governo Simão Jatene, como de fato aconteceu.

Como estratégia deste plano que deixaria Maquiável de queixo caído, Ney Messias comandou por dentro da Secretaria de Comunicação do Estado, um forte aparato de comunicação e marketing, criando um site denominado "Diagnóstico Pará" (hoje desativado), onde difundia fotos, vídeos e textos pseudo-jornalísticos, até o mato que crescia em frente aos órgãos públicos, vassouras e lâmpadas  quebradas nos almoxarifados das secretarias estaduais, entre outros detalhes que tinham como objetivo desqualificar o legado positivo do governo anterior.

Já fora do cargo, sem os assessores de outrora e com poucos recursos pessoais, Ana Júlia me contratou para reunir as principais informações de seu governo e com uma pequena equipe, arquitetamos um site (http://governopopularpa.com.br/), onde até hoje a ex-governadora indica para mostrar o que fez, enquanto esteve no cargo máximo do estado do Pará.

Com dados precisos sobre os repasses recebidos e aplicados nas áreas estratégicas e em cada município, o site foi estruturado com uma moderna interface, que facilita a navegação e o acesso às informações de recursos repassados e aplicados nos quatros ano em que Ana Júlia foi governadora do Pará.

Planejada de forma racional e com baixo custo operacional, a estratégia comunicacional utilizada neste caso foi uma pá de cal sobre as mentiras e ilações que eram distribuídas pela internet, principalmente nas redes sociais.

quinta-feira, dezembro 31, 2015

Por um ano cheio de vitórias!



Um agência de comunicação digital que sabe como expressar a ansiedade pela campanha eleitoral, que já começa a partir de amanhã. 

Vem aí um ano de fortes emoções! Você já está preparado

quinta-feira, março 19, 2015

Depois de mentir novamente, governo enfrenta novos protestos


Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso de lábios e tolo. Provérbios, 19:1.
O governo do Estado do Pará é bom de papo e pra isso paga uma fortuna para seu marketeiro, o melhor do Pará em enrolação e 171, o publicitário Orly Bezerra, aquele que fez o Pará continuar inteiro e repleto de desigualdades e problemas, entre eles a falta de Defensor Público em Altamira, o maior município do Brasil e o 5º maior do mundo, mas que mesmo assim Simão Jatene disse que não sabia da absurda carência. 

"Claro, Jatene é um preguiçoso", repetiria o ex-governador Almir Gabriel, responsável pela 1ª eleição de Jatene, depois de Jader Barbalho que o pôs no mundo (da política).

Simão Jatene é daqueles labiadores que não tem jeito. Disse que era o melhor para o Pará, pois a família que lhe acolheu e o fez crescer profissional e políticamente, foi a mesma que ele disse que com sua empresa de comunicação havia manipulado a campanha eleitoral de 2014, e nesse período quente da política paraense, disparou em um debate contra seu adversário: Eu não aceito a audácia dos canalhas.

Com a história contada, volto ao assunto do título do post para informar que hoje, 19/03, a educação pública do estado do Pará pára, mas não cruza os braços. 

Servidores públicos de todos os municípios, inclusive os da UEPA vai pras ruas denunciar a situação insustentável em que se encontram. 

Nada impedirá que professores, técnicos de educação, gestores e equipe de técnicos e auxiliares que trabalham nas escolas e campus paraenses, estejam amanhã nas ruas, em mais uma manifestação contra as negativas de investir na educação, tal como prometeu novamente em sua campanha de reeleição.


A denúncia de uma ata mentirosa que a SEDUC tentou na malandragem enfiar no SINTEPP, que misteriosamente pega leve como o mesmo, só piorou as coisas.

A presepada teria sido obra de sua equipe na SEDUC, que deu agora de falsificar os documentos da última reunião que teve com o sindicato da categoria, afim de se proteger posteriormente na justiça, para onde geralmente leva as negociações e apela para a ilegalidade das greves. A tática às vezes funciona, pois a justiça paraense, como dizem alguns evangélicos, é uma benção!

Que feio, governador! Logo o senhor que vive falando de ética!

Por sua vez, os servidores da educação universitária, também estarão no ato e marcha de paralização, convocada pelo sindicato e em um manifesto contundente denunciam o estado caótico em que se encontra a educação pública dos universitários da Universidade Estadual do Pará. Uma vergonha!, diria o Boris Casoy. 


MANIFESTO DOS COORDENADORES DOS CAMPI DO INTERIOR - UEPA

Belém, 17 de março de 2015.

À sociedade paraense,

A proposta de fazer este Manifesto nasceu da perspectiva de trazer à tona as mazelas estruturais que tanto afligem os campi universitários da Universidade do Estado do Pará (UEPA) no interior. Hoje, já não nos mantemos, apenas sobrevivemos. Sobrevivência vil, pois não conseguimos obter do governo do estado do Pará a atenção que a educação realmente merece.

quarta-feira, março 11, 2015

Entenda por que os políticos devem monitorar as redes sociais mesmo após as eleições

As redes sociais foram um canal muito usado por políticos nas eleições de 2014, mas será usá-las só no período eleitoral é o suficiente?


As redes sociais revolucionaram a forma como empresas, personalidades, instituições e pessoas se relacionam e se portam. No que se refere a eleições e política, as redes desempenharam um papel determinante para que candidatos e partidos pudessem mapear e se aproximar de seus eleitores. Foi possível atestar esta nova realidade nas últimas eleições, principalmente na de 2014, com disputas entre partidários. Candidatos investiram no uso de canais digitais para, entre outras coisas, posicionarem-se trabalhando suas imagens enquanto figuras do poder público.

Mapeando votos

O monitoramento online é hoje uma das ferramentas fundamentais e mais eficazes do marketing digital que, em 2014, foi amplamente explorado no processo eleitoral. É possível coletar dados, inclusive em tempo real, identificando mensagens positivas e negativas sobre a imagem de corporações, reputação de grandes marcas no mercado e, também, sobre o que tem sido dito sobre política.

Com a utilização de métricas, filtros como identificação de gênero, dados demográficos, socioeconômicos, faixa etária etc, é possível determinar e analisar o perfil dos eleitores bem como a forma como a imagem do político tem sido percebida e discutida pela audiência. Isso permite traçar estratégias eficientes para a conquista de eleitores além de solidificar a escolha de simpatizantes. Vale lembrar que, para ter sucesso definitivo, o político não deve se olhar para esses canais apenas nos períodos eleitorais. É preciso usar as redes sociais para conhecer, ouvir e entender o que a população está querendo. O político que sabe lidar com as redes sociais como intermediárias entre ele e o público-alvo dele — mostrando-se realmente preocupado com as questões desse público — ganha vantagem em relação ao político que apenas usa essas ferramentas como forma de obter mais votos.

Monitoramento antes, durante e depois

O recente processo eleitoral foi marcado pela militância e conectividade de eleitores que nunca discutiram tanto sobre política utilizando as redes sociais como canais de interação. Em um artigo publicado na BBC Brasil, podemos aferir que durante os 3 meses de campanha eleitoral, cerca de 674,4 milhões de interações sobre as eleições ocorreram só no Facebook.

Mas, é fundamental entender que a imagem e a reputação de figuras públicas como políticos não possuem prazo de validade. Logo, é imprescindível que menções sobre a personalidade do poder público sejam acompanhadas não apenas no período eleitoral mas sim durante toda carreira política do candidato. É fundamental que haja uma rotina contínua de ações relativas ao posicionamento do político nas redes sociais tendo ele sido eleito ou não.

Arme-se para a próxima guerra digital

Durante a corrida eleitoral no Brasil, os candidatos que chegaram ao 2ª turno investiram (e muito!) nas redes sociais. O Twitter e o Facebook foram usados como  plataformas para confrontos, divulgação de personalidades com apoios polarizados, além de conquistas dos governos e a busca pelo engajamento de militantes e eleitores simpatizantes.

Se o candidato já estiver pensando em uma próxima eleição, ele pode usar esse período para divulgar seu nome, ideias e estreitar relacionamento com os eleitores.  E já que a maioria só olha para as redes sociais apenas durante o período eleitoral, o candidato que usar as redes sociais como ferramenta estratégica — mesmo fora de campanha ou mandato — estará um passo à frente da concorrência e poderá aproveitar esse momento para se firmar cada vez mais.

Prevenção de crise em tempo real 

Com o compartilhamento constante de notícias e opiniões sobre o político ou partido nas redes sociais, o mundo da política passou a lidar com situações de crise a todo momento e numa escala muito maior. Se o político fica de olho nesses canais, ele consegue identificar crises rapidamente e já pensar em formas de reverter a situação. Além disso, acompanhar a repercussão dos assuntos  nas redes sociais podem ajudar a guiar as próximas ações e a postura frente aos assuntos polêmicos.

Mais do que estratégias com o intuito de angariar votos, o posicionamento e a manutenção da imagem dos candidatos nas redes sociais demandam acompanhamento constante devido à grande exposição dos políticos que, afinal, são figuras públicas cujas posturas morais são acompanhadas e avaliadas pelo eleitorado.

E você, participou da guerra digital durante as eleições? Entendeu por que o monitoramento é essencial não só durante as eleições, mas sim durante todo o mandato do candidato? Se você tem alguma dúvida ou sugestão escreva pra nós através dos comentários!

segunda-feira, dezembro 01, 2014

Chico Cavalcante: Marketing político não faz milagre

Chico Cavalcante em sua sala na Vanguarda, durante uma conversa sobre Marketing na Internet.
"Quem é ateu e viu milagres como eu
Sabe que os deuses sem Deus
Não cessam de brotar, nem cansam de esperar
E o coração que é soberano e que é senhor
Não cabe na escravidão, não cabe no seu não
Não cabe em si de tanto sim
É pura dança e sexo e glória, e paira para além da história"
Trecho da canção "Milagres do Povo" de Caetano Veloso.


Chico Cavalcante, ou o Chiquinho da Vanguarda como é conhecido por muitos é uma das mentes mais brilhantes do Estado do Pará. Avalio que ele chegou longe por seu talento e inteligência, mas principalmente pela capacidade de escutar e não agir emocionalmente.

Por respeito ao seu trabalho e pessoalmente admirá-lo como ser humano, trago a entrevista publicada na edição dominical do jornal Diário do Pará, mas antes gostaria de dizer que acho lamentável, que o profissional Francisco Cavalcante não dê à internet a devida atenção que ela merece e chamo a atenção para a parte da entrevista, onde ele diz que a comunicação da campanha do senador Paulo Rocha foi perfeita.

Quem monitorou e observou o desenvolvimento do site e a administração das redes sociais do candidato, sabe do que estou falando. No entanto, isso é apenas um detalhe numa campanha vitoriosa e cheia de estórias para contar e o Chiquinho conta um pedaço dela.

No mais, senti falta do reconhecimento da inigualável força e empenho da militância do PT e dos partidos coligados na defesa do legado da esquerda, representados na candidatura de Paulo Rocha, que de certa forma canalizou um sentimento de injustiça, tal como outras injustiças existentes no Estado do Pará, mas isso é pauta para outra postagem.

Os desafios de fazer marketing político no Pará.

No Diário do Pará.

Conhecido por expressar opiniões sem meias palavras, titular de uma agência de marketing político e outra de marketing comercial, autor de seis livros, o jornalista e publicitário Chico Cavalcante conduziu campanhas para o PT paraense de 1994 a 2006, colecionando vitórias. Depois de um breve hiato nos pleitos de 2010 e 2012 quando não trabalhou para a legenda, Cavalcante retornou a convite de Paulo Rocha e comandou sua a exitosa campanha ao senado.


P: A vitória de Paulo Rocha foi fácil como dizem?

R: Quem acredita nisso não entende nada da mecânica complexa de uma eleição para o senado ou para o governo. Não existe vitória eleitoral fácil. Ganhamos porque somamos mais acertos do que erros. Eu diria que sou perseguido por um tipo de opinião desqualificada, que sempre diz que as nossas vitórias foram fruto do acaso. Eu estive a frente de eleições vitoriosas em 1996, 2000, 2004, 2006, 2008, 2010 e 2012. Paulo Rocha venceu porque acumulou mais acertos, desde a engenharia política estruturante até uma comunicação melhor que a dos demais. O que pode, para um leigo, parecer uma eleição fácil, uma jogada de sorte, foi a mais difícil das disputas eleitorais enfrentadas por Paulo Rocha. Entramos nesta campanha sem dinheiro e enfrentando outros cinco obstáculos dificílimos. Primeiro, a alta rejeição de Paulo Rocha, desencadeada pelos violentos ataques que sofreu quando foi arrolado no chamado “mensalão”. Paulo Rocha, um homem honrado, foi acusado pela imprensa, condenado pela opinião pública, mas inocentado pelo Supremo Tribunal Federal.

No entanto, sua inocência não teve nem 3% do espaço na mídia que foi ocupado pelos ataques que abalaram sua imagem. Essa conta desequilibrada gerou um alto resíduo de rejeição, que era o nosso primeiro e maior obstáculo a enfrentar para angariar votos suficientes numa disputa de uma única vaga ao Senado. O segundo obstáculo foi o revés jurídico, quando Paulo Rocha teve seu registro eleitoral recusado pelo Tribunal Regional Eleitoral. Passamos a eleição inteira à sombra dessa espada, à espera de uma decisão do TSE que só chegou no momento final da campanha de rádio e TV.

O terceiro obstáculo foi suplantar o corredor polonês formado por cinco candidatos com estrutura cara e apoio aberto da máquina estadual, um deles detentor do mandato e disputando com grande agressividade sua reeleição. O quarto obstáculo era a campanha suja empreendida pelos adversários. A propaganda difamatória, aquela feita com base na mentira, se fortaleceu imensamente neste pleito. Eu diria mesmo que ela se profissionalizou. Vídeos apócrifos, mensagens de texto difamatórias e falas agressivas no rádio e na TV buscavam associar Paulo Rocha a práticas antiéticas que jamais fizeram parte de sua conduta. O quinto obstáculo era o desconhecimento brutal que as pessoas tinham acerca da atuação parlamentar de Paulo Rocha e do valor de sua atuação para resolver problemas concretos da população do Pará. Ninguém sabia, por exemplo, que sem a iniciativa de Paulo Rocha, a prefeitura de Belém não teria tido condições de construir um segundo Pronto Socorro, que é o do Guamá, construído e inaugurado graças aos recursos obtidos por emendas de Paulo Rocha. 

P: Se o governador não tivesse lançado cinco candidatos ao senado, Paulo Rocha teria o mesmo desempenho.?

R: Lula disse algo muito sagaz em um dos comícios da campanha em Belém. Ele disse que o adversário precisou juntar cinco candidatos para enfrentar Paulo Rocha e que isso era sinal de força do candidato do PT. Ao fazer essa afirmação, Lula expressou na verdade a envergadura da tarefa que estava diante de Paulo Rocha: enfrentar um bloco de adversários com muito poder de fogo, agrupados em volta da máquina cuja mecânica os tucanos conhecem como poucos. Se Paulo perdesse, teria perdido para tudo isso; Lula deu a senha desse discurso. Ocorre que a estratégia do adversário era, de fato, uma ação de autodefesa. Jatene precisava de uma rede de proteção e usou os seus candidatos ao senado como escudo humano.

Então o esquema dos cinco candidatos ao senado era vital para ele criar um cinturão de força. Essa decisão foi o que deu o arranque para que Jatene iniciasse o processo de recuperação, que foi lenta e paulatina. Os senadores do governador não eram meros elementos ornamentais, eles tinham um papel estratégico, basilar, e pretendiam disputar entre si a vaga do Senado, já que tinham Paulo Rocha como previamente fora de combate. Um tucano me disse “cara, não tem como ressuscitar o Paulo Rocha; vocês vão fracassar, seja no voto, seja nos Tribunais”. A estrutura de campanha desses candidatos era milionária, intimidadora, e a máquina operou por eles com grande perícia. Estratégia política correta, comunicação impecável e o apoio fraterno de Helder e de sua estrutura, foram os elementos decisivos para começar o processo de escalada de votos que culminou com a vitória acachapante de Paulo Rocha. Ninguém tropeça nessa montanha de votos. Para conquistá-los é preciso acertar muito.

P: Em 2010, Paulo Rocha perdeu. Agora, sem tudo isso, ele venceu. Que papel a propaganda ou o marketing tiveram nessa eleição?

R: Marketing político não faz milagre. Sozinho, não ganha eleição. Quem diz o contrário é marqueteiro desonesto. O que ganha eleição é a combinação efetiva de cinco elementos: planejamento, estratégia, engenharia política, marketing e propaganda, organizados e dirigidos em torno de um candidato viável e de um processo de mobilização continuado.

É esse conjunto que pode encontrar o caminho do eleitor e combater os movimentos ofensivos dos adversários. . O marketing é um elemento importante, mas é um elemento condicionado. Do mesmo modo que as pessoas superestimam o papel do marketing e subestimam o papel da política em uma eleição, elas confundem propaganda e marketing. São categorias distintas. Marketing é estratégico; é a arte de planejar o antes, o durante e o depois da propaganda no rádio e na TV. O marketing tem a ver com o “todo”. Propaganda é um instrumento tático, tem a ver com a forma que será usada para posicionar o candidato e estimular o eleitor a nos entregar o seu voto; se expressa em diferentes meios, desde as ações de rua, web, até o horário eleitoral gratuito. Como parte de qualquer boa estratégia, o marketing que desenvolvemos para o Paulo exigiu a definição de objetivos, priorização de ações e escolha de indicadores de sucesso. 

P: Você trabalhou para o PT em campanhas exitosas, mas em 2010 e 2012 esteve fora. O que o levou a retornar justamente em uma campanha que você considerava difícil?

R: Não escolho a campanha pela facilidade ou dificuldade, mas pela identidade que tenho com o candidato. Paulo Rocha me chamou e eu aceitei. Não apenas porque temos identidade, mas porque Paulo confiou no marketing político que praticamos e que extravasa o campo da forma e se infiltra na estratégia política. Fazemos marketing sistêmico. Ouvindo os dirigentes políticos, organizamos a estratégia de modo a tornar persuasivo o discurso político respeitando a autoridade do comando. Eu não crio a diretriz política, mas posso me imiscuir a ela, interpretando-a, expressando-a, dando-lhe forma persuasiva. Paulo nos pediu isso, para traduzirmos a política para a linguagem do marketing.

Isso é Political Branding, ou “Inteligência Política”, como prefiro chamar, que está um passo além do que no Brasil se chama marketing político, que se confunde muito com propaganda eleitoral. Por exemplo, Paulo Rocha aparecia em nossos levantamentos como alguém sisudo, mal humorado. Isso é tudo o que ele não é. Paulo é um ser humano afável; um dos políticos mais dispostos a ouvir com quem já tive o prazer de trabalhar. Ele é agregador e evita o confronto. Mas não importa. As pessoas viam de outro modo e era preciso traçar um plano para resolver isso. Mostramos o Paulo Rocha humano, ante-sala do Paulo Rocha político, realizador, comprometido. E isso diminuiu a rejeição a ele de modo paulatino. Ou seja, transformamos a verdade em instrumento de reconstrução de imagem. A verdade é eficiente.

P: E quando a mentira é eficiente?

R: A mentira é eficiente especialmente quando desencadeia o medo. A propaganda de guerra está cheia de exemplos disso. Mas a mentira só funciona efetivamente quando ganha semelhança espectral com a verdade, quando ela encontra pontos de apoio no imaginário e se torna tão parecida com a verdade que passa a ser vista como tal. 

Há muitos exemplos, como aquele momento em se propagou que, se Lula fosse eleito presidente, quem tivesse duas casas teria que entregar uma delas aos sem-teto. Essa mentira, hoje vista como absurda, funcionou naquele momento, gerando medo na classe média. Na campanha ao senado aqui, os adversários de Paulo Rocha distribuíram via web e via whatsapp um link cuja manchete dizia que nosso candidato havia tido seu registro cassado pelo TSE. Ao seguir esse link, você era conduzido a uma página de um dos maiores sites de notícias do país, mas não encontrava a matéria ali. Não importa. Estava criada a verossimilhança.

A informação que ficava para o eleitor era de que Paulo Rocha havia tido sua candidatura cassada em última instância e que em algum momento essa matéria havia sido publicada naquele site de prestígio. Era mentira, mas criar um link e associá-lo a uma prestigiada página de notícias dava a essa mentira ares de verdade. Teríamos obtido uma votação ainda maior, se não tivéssemos sido alvo desse tipo de investida a eleição inteira. O outro exemplo que aconteceu aqui foi a propagação vertiginosa, em Belém e em toda a região metropolitana, do boato de que Helder, uma vez eleito, iria “dividir o Pará”. Ora, qualquer pessoa um pouco mais informada sabe que um governador – não Helder apenas, mas qualquer governador – não tem o poder de dividir um estado, não apenas o Pará, mas qualquer estado. Seria inconstitucional, mesmo porque ao tomar posse, o governador jura defender a integridade territorial do estado. 

P: Muito tem se falado das pesquisas. Há uma discussão no Congresso para proibir suas divulgações, para evitar, segundo o autor do projeto, o “fator indutor” que teriam. Como foi o uso de pesquisas eleitorais na campanha de Paulo Rocha?

R: Usamos mais pesquisa antes da campanha, para planejamento, do que durante, porque campanhas de baixo custo não têm dinheiro para investir pesado em pesquisas, que são sempre caras. Claro que são instrumentos importantes, mas penso que estão sendo superestimadas especialmente porque ganharam uma aura de novidade que não têm.

O cálculo de probabilidade, em que se baseiam as pesquisas eleitorais modernas, remonta a 1693, quando John Graunt examinou os registros paroquiais de batismo, casamentos e falecimentos em Londres e lançou seu método de tabelas e, com ele, as bases do que chamou de “uma nova racionalidade baseada nos números”. Ou seja, não há novidade alguma nas pesquisas ou em suas metodologias. O problema das pesquisas eleitorais não é fazê-las; se temos recursos, devem ser feitas. O problema é torná-las oráculos, achar que elas são espécies de escrituras sagradas que não podem ser contrariadas ou seremos punidos.


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